segunda-feira, 8 de março de 2010

Impacto Cultural Provocado pela Mobilidade

Vou relatar um pouco da minha experiência, pois desde muito novo que sou um migrante.
Bem, na verdade toda a minha vida foi passada de terra em terra. Tenho 20 anos, nasci em Portimão (Algarve), e não me recordo de lá viver, mas sei que foi na praia da Rocha que comecei a andar.
A minha infância divide-se em duas grandes fases, fases estas que foram passadas em lugares distintos e que tiveram influência na minha personalidade e na minha maneira de ser.
Com apenas 1 ano e 6 meses, os meus pais decidiram ir viver para Almada, lugar onde se tinham conhecido e onde residia a minha família materna.
Lembro-me de quando os meus pais partiam para os seus trabalhos eu reunia-me com os meus primos e os amigos que tinha criado.
No chão da rua, com giz da escola desenhávamos os limites das balizas, ou mesmo do jogo do berlinde ou do peão.
Recordo-me bem dos belos doces da padaria do Sr. Zé e dos seus gelados que eu tanto adorava no Verão.
Foi criando um laço enorme com aquele pessoal que fazia parte do meu dia-a-dia.
Mais tarde, os meus pais decidiram mudar de ares, procurando um novo rumo.
Tinha precisamente 5 anos, de mochila as costas e encasacado, partia para uma cidade desconhecida cujo nome era Póvoa de Varzim.
Era tudo tão diferente, parecia ter mais luz e mais vida, as pessoas tinham uma maneira esquisita de falar.
Foi então que iniciei a escola, fui criando o meu grupo de amigos, pois bem me lembro não foi assim tão fácil, estava numa turma em que a maioria dos alunos não era daquela cidade.
Momentos divertidos passaram naquela altura.
A grande vantagem é que estava perto da praia e podia jogar á bola sempre que quisesse.
Fui crescendo e acompanhei o crescimento do meu irmão mais novo, que por incrível que pareça começou a andar na praia da Póvoa.
Foi então que conheci os meus avós paternos, era uma cidade longe para o interior, mas que na verdade despertava a minha curiosidade, pois aquele cheiro era diferente de todos os outros e era tão calma e tão pacífica que dava vontade de lá viver.
Ao longo do tempo, fui adquirindo conhecimentos e vivencias que estiveram ao meu alcance, tive oportunidade de conviver com amigos de infância dos meus pais, que têm uma cultura e hábitos diferentes.
O tempo e a diversidade de culturas foram-se apoderando de mim.
Fui crescendo, até que fiz 17 anos e tomei uma decisão na minha vida, a de fazer a minha inscrição para ingresso na vida militar.
Assim fiz a minha instrução básica em Gaia, com vista para Ribeira do Porto. Uma cidade magnifica e que é a musa de muitas das minhas inspirações.
Na vida militar o convívio com militares de diversos locais do país foi mais uma grande oportunidade para adquirir conhecimentos.
Na verdade, a parte mais emocionante foi o regresso a Lisboa após o meu curso militar.
Lisboa, o rio Tejo e toda a cultura desta grande capital foram como que um despertar para a vida.
Já estou em Lisboa, á mais de dois anos, na verdade sei que não vou cá ficar para sempre, pois o meu próximo passo é a Ilha de S. Miguel (Açores) e terminarei no regresso ao continente.
Portanto, a minha experiência de mobilidade ainda não terminou.

A Viagem da Língua Portuguesa pelo Mundo


A língua portuguesa teve a sua origem, na Galiza e Norte de Portugal e deriva do latim vulgar que era falado pelos povos romanos.
O dialecto foi-se espalhando a partir dos séculos XV e XVI, quando Portugal estabelece o império colonial e comercial e dá início à sua viagem por regiões de África, da América, das Índias ou da China.
Mais tarde, por via do processo de colonização, o português tornou-se língua oficial em países como Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné – Bissau, Macau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor – Leste, e fala-se ainda em antigos territórios da índia Portuguesa como Goa, Damão, Ilhas de Angediva, Simbor, Gogolá, Diu, Dadrá e Nagar-Aveli.

A LÍNGUA PORTUGUESA EM CABO VERDE

Cabo Verde é constituído por dez ilhas, que inicialmente foram descobertas pelos portugueses Diogo Gomes e António Noli. Mais tarde, como as ilhas eram desertas, estes utilizaram escravos do continente para a criação e o desenvolvimento da cana do açúcar e algodão.
A língua oficial deste país é o Português, usada nas escolas, na administração pública, na imprensa e nas publicações. No entanto a língua nacional de Cabo Verde é o crioulo cabo-verdiano, normalmente considerada a língua do povo. O crioulo cabo-verdiano é uma língua originária do Arquipélago de Cabo Verde. É uma língua crioula, de base lexical portuguesa. É a língua materna de quase todos os cabo-verdianos, e é ainda usada como segunda língua por descendentes de cabo-verdianos em outras partes do mundo.
A designação mais correcta desta língua é «crioulo cabo-verdiano», mas no uso diário, a língua é simplesmente chamada de «crioulo» pelos seus falantes. O nome «cabo-verdiano» ou «língua cabo-verdiana» foi proposto para quando a língua estiver padronizada.
O crioulo cabo-verdiano reveste-se de particular importância para o estudo da crioulística pelo facto de se tratar de o crioulo (ainda falado) mais antigo, por ser o crioulo de base português com o maior número de falantes nativos, por ser o crioulo de base portuguesa mais estudado, e por ser um dos poucos crioulos em vias de se tornar uma língua oficial.
O crioulo cabo-verdiano reveste-se também de importância para o estudo diacrónico da língua portuguesa pelo facto de o crioulo ter conservado algum léxico, alguma fonologia e alguma semântica do português dos Sécs. XV a XVII.
Apesar do crioulo ser a língua materna de quase toda a população de Cabo Verde, o português ainda é a única língua oficial. Como a língua portuguesa é utilizada na vida quotidiana (na escola, pela administração pública, em actos oficiais, etc.) o português e o crioulo vivem num estado de diglossia. Em consequência desta presença generalizada do português, regista-se um processo de descrioulização em todas as variantes dos crioulos cabo-verdianos.
O povo cabo-verdiano é conhecido por sua musicalidade. Uma figura bastante conhecida no mundo pelas suas características típicas de Cabo-Verde é a cantora Cesária Évora (Mindelo, 27 de Agosto de 1941), também conhecida como «a diva dos pés descalços», é a cantora cabo-verdiana de maior reconhecimento internacional de toda história da música popular. O género musical com o qual ela é maioritariamente relacionada é a "morna", por isso também recebe o apelido de "Rainha da morna" (mesmo tendo sido bastante sucedida com diversos outros géneros musicais).


Na verdade, fiquei surpreendido com o impacto da língua portuguesa pelo mundo, nota-se uma grande influência da língua pelos pais que Portugal passou e marcou a sua presença.
Isto é uma grande motivo para dizer que a língua portuguesa é mais do que uma simples língua nacional e sim uma língua falada por muitos países dos quais, essa é a língua oficial.
O português é uma língua universal.